As micro e pequenas empresas (MPEs) em Minas Gerais foram responsáveis, em setembro de 2023, por 11.582 postos de trabalho, segundo levantamento do Sebrae Minas. O número resulta da diferença entre 134.166 admissões e 122.584 desligamentos registrados no mês. Montes Claros, por sua vez, conforme informado pelo professor do Mestrado de Desenvolvimento Econômico da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Roney Sindeaux, e coordenador do Observatório do Trabalho do Norte de Minas, as MPEs foram detentoras de 90% dos empregos criados na cidade nos últimos seis meses.
“No mês de setembro, as micro e pequenas empresas foram as principais responsáveis pelo aumento do saldo do emprego formal na cidade. Ou seja, dos 500 empregos (35%) que foram gerados, elas foram responsáveis por 470 empregos”, informa o professor.
“Mas, observe, 82% dos estabelecimentos de MOC possuíam até 19 empregados, sendo que 58% possuíam zero. As micro e pequenas (até 99 empregados), respondiam em 2021 por 51% do total de empregos formais na cidade. Os dados atuais não devem ter alterado muito estas proporções” explica o professor.
Em Minas Gerais, em setembro e pelo terceiro mês consecutivo, o setor de serviços apresentou o melhor saldo de empregos nas MPEs (7.661), seguido pelo comércio (3.564) e pela indústria da transformação (2.799). Já o setor agropecuário teve o pior saldo de empregos em setembro, com a redução de 4.431 vagas. O saldo de abertura de pequenos negócios no setor de serviços no estado neste ano ultrapassa 81,7 mil novos empreendimentos.
DINÂMICA DE CONTRATAÇÃO
Para que as MPEs não mandem embora os empregados, o professor acredita que o importante é que a dinâmica econômica permaneça em um processo de crescimento. “Montes Claros está se tornando um grande polo farmacêutico, então é necessário ter micro e pequenas empresas para atender essas grandes empresas. É necessário criar esse tipo de empresas menores que atendem as grandes. Porque as pequenas empresas no comércio, elas são resultantes da dinâmica econômica, mas as MPEs que atendem outras grandes empresas, mantêm os empregos de maneira mais estáveis e se elas estiverem mais dinâmicas, as pequenas empresas do comércio e serviço também se tornam dinâmicas”, ressalta Sindeaux.
Para a proprietária de uma loja do seguimento feminino em MOC, Francine Fonseca da Silva, será necessário contratar mais três funcionários até dezembro. “Ao todo, vou ter 12 empregados até o fim de ano,” informa.
Ela acredita que paras as MPES criarem ainda mais postos de trabalho seria necessário simplificar os pagamentos de impostos, “porque são muito altos”. Facilitar o acesso ao crédito, “porque temos dificuldade de acessibilidade de crédito para comprar mercadoria” e por último, articular, mudanças em tributos, “já que a gestão financeira impacta direta e indiretamente no contrato de funcionários e no número de funcionários que uma empresa tem”, pontua.