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Operação desarticula jogos de azar em Januária
Norte de Minas
Publicado em 01/02/2024

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, na manhã da última terça-feira (31), a operação “Ascêncio Bet”, visando o cumprimento de sete mandados de prisão e 15 de busca e apreensão. A ação teve como propósito investigar a ascensão patrimonial e financeira de um grupo criminoso que se estabeleceu na cidade de Januária para explorar a contravenção penal conhecida como jogo do bicho. Ao todo, 50 policiais participaram da operação, e os suspeitos estão sendo investigados pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Em uma entrevista concedida à Rádio Alternativa FM de Januária, disponível no YouTube, o delegado da Polícia Civil de Brasília de Minas, Flávio Cavalcanti, explicou que as investigações estão em curso desde 2018 — “Hoje, conseguimos finalizar com sete mandados de prisão e busca apreensão de veículos e imóveis. Vários bens estão indisponíveis e todo o esquema funciona com o proveniente do Jogo do Bicho. Existe uma atuação do Jogo do Bicho na cidade onde as pessoas oferecem ganhos e com esses ganhos elas foram montando empresas, empresas para poder lavar o dinheiro e dar aparência de licitude àqueles que eles tinham”, explica.

O delegado afirmou que os bens apreendidos evidenciam a significativa evolução patrimonial dos envolvidos, resultante da prática criminosa. Além disso, destacou a criação de empresas associadas à atividade ilícita, as quais recebem recursos provenientes dessa atividade e estão inseridas no comércio — “Toda essa estrutura promove uma dificuldade, uma desestrutura do sistema econômico, já que eles conseguem, injetando dinheiro ilícito dentro dessas empresas, preços mais baratos, preços mais em conta, o que dificulta a concorrência daquelas pessoas que atuam de forma lista atue nas atividades”, relata. 

“A gente tem atividades no setor de construção, no setor de hotelaria e várias outras empresas com o grupo crescendo cada vez mais. Hoje, felizmente, a operação deu tudo certo. Tivemos o apoio do Ministério Público e do Judiciário e hoje mais uma vez trazemos essa normalização do sistema econômico. Algumas situações como as empresas que foram alvo de busca e apreensão serão verificadas”, completa Cavalcanti. 

Também em entrevista à Rádio Alternativa FM, a delegada regional da Policia Civil de Januária, Lujan Pinheiro, explica que o trabalho foi realizado com bastante cuidado para efetivamente rastrear o dinheiro e identificar onde ele foi utilizado, pois essa situação estava gerando uma condição de concorrência desleal — “Eram situações totalmente em disparate com aquele comerciante, com aquele empresário que está ali trabalhando de forma honesta e lícita e aquele que está simplesmente fraudando o Estado, sonegando impostos e principalmente utilizando uma atividade aparentemente lícita para poder fazer uso daquele dinheiro que ele obtém através de contravenção penal”, comenta. 

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